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Fotografia da
série “Normal People”
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CRÍTICA
“Esta série conta
a sua história a partir da perspetiva do tempo e da maturidade. É sobre
adolescentes, sobre jovens, sobre o papel essencial do amor na nossa
identidade, o que nos permite reclamar-nos adultos, e tudo parece atravessado
por uma espécie de benevolência, como quem recorda, como quem se vê assaltado
pela memória, por esses flashes e projeções que montam um cinema na nossa
interioridade. E é por isso que a série é tão tocante, pela sensação de se
estar a passear pelas memórias de alguém, por essas experiências cruciais,
esses quadros para sempre tortos nas paredes e que mantêm de pé o que quer que
seja a nossa casa. Essas imagens que passam pela retina e quase nos sufocam de
doçura. Como o caminho pedregoso que se fez até à vila, andando de bicicleta,
para ir buscar víveres. Uma conversa com o reflexo dos dois de cabeça para
baixo na piscina, ou um momento de clareza ao comer gelados numa praça italiana
quase deserta e aparentemente arredada do mundo: “Mas é o dinheiro, não é? A
substância que torna o mundo real”, diz-lhe ele. E ela: “É. É tão corrupto. E
sexy.”
Diogo Vaz Pinto,
in I (26/05/20)
SONS
1 – Alexandra Savior – “Soft Currents”
2 – Cat Power – “Where Is My Love”
3 – Trailer da
série “Normal People”
4 – Feist – “I'm not Running Away”
Autor: Elder Almeida
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